segunda-feira, 15 de junho de 2009

O progresso de Marina

Quis escrever tarde, depois da virada, depois do impulso, do fogo todo...
"Com sorte, ...vai ser breve/e foi tudo intenso e veloz". A letra da música de Marina Lima, "Deixe estar", resume os dias do viradão carioca no primeiro fim de semana de junho no Rio. Quem foi ao show da cantora, no Leme, viu que ela não perdeu a magia, o charme, a compostura, nem a fama exigente no palco com a equipe técnica. Os velhos tempos de Marina passaram, ficou uma Marina mais rouca, mais imposta, mais rasgada, mais progressiva e aos tubos, mais moderna. Do passado ficaram a música excelente de Marina, os acontecimentos da vida moderna e a idéia de sempre experimentar o todo, de provar o máximo possível das coisas e das pessoas..
Vi no Leme, uma Marina com mais apetite da vida, da música, do ritmo. Dance, eletrônico, guitarra, se misturaram à voz forte da cantora carioca. Ela dançou no palco estreito do viradão, suou, conversou com o público, deu bronca no técnico de som e cantou novos e antigos sucessos da carreira, que dá impressão a cada vez que vejo Marina, de que ela está sempre recomeçando, sempre progressiva.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Viradão Carioca Ótima vista - de primeira

Bossacucanova arrasou no domingo na quinta da boa vista. O parque, na zona norte do Rio, ficou melhor ainda com o som bombástico tirado do Dj Marcelinho da Lua e as parafernálias dos outros 5 músicos que encheram os arredores do parque de muita bossa, nova, eletrônica e a voz de Cris Dellano. Os músicos levaram sonoraidade nova para a obra de Tom Jobim, Chico Buarque e Carlos Vieira. A vista da banda foi obra prima e de primeira!
O viradão carioca deixou saudades. Que se repita no próximo ano!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Samba do criolo doido


Dia 02 de junho, terça à noite. O show da cantora Verônica Sabino, que já gravou Chico Buarque e já fez dueto com o cantor Emílio Santiago, era muito esperado no bistrô da livraria Modern Sound. De graça, o show, lançamento do CD e DVD, "Que nêga é essa?" atraiu um público sofisticado, famoso e discreto, que costuma presenciar outras estrelas da MPB no espaço tímido da livraria em Copacabana.
Em casa, às 17h, estava apreensiva. O horário limite para a chegada dos pessoas que fizeram reserva para assistir ao show era às 18h 30. Com o trânsito torcendo contra, conseguimos chegar, eu e minha companhia, ao bistrô.
Na porta do bistrô:
---Oi, fizemos reserva.
---Ah, querida pode acompanhar aquela moça lá de blusa preta.
---Aqui, por favor.
Banco de madeira, sem encosto e lá em cima, de frente para pilastra.
---Ué, trocaram a Sabino pela pilastra?
---Não, é que lá, as mesas já foram reservadas. Se não vierem até às 19h, coloco vocês.
Uma, duas, três mesas...Não colocaram a gente.
19h 30. Chega um, chega dois, chega três...Depois da gente e, pronto, puseram novas pessoas atrasadinhas em nossas mesas.
Minha companhia avista o bar e pergunta ao segurança: podemos?
Ele se comunica com alguém e acena: pode.
O show começa por volta das 19h 40. A primeira música, o título do CD. Que nega é essa é um samba. Segue o show, outro samba. Algumas composições dela, Leoni, Chico Buarque. O repertório é bem variado.
Na verdade, não queria dizer variado, queria dizer desvairado. Já que depois de cantar todo sentimento, do Chico, faltou sentimento para selecionar músicas tão boas quanto, tão sensíveis quanto, tão de qualidade quanto.
Na verdade, faltou gentileza, respeito, pontualidade e interesse para que o público sentisse o gosto de querer retornar pra assistir sempre alguma coisa nova e diferente. Alguma coisa boa de verdade, não somente a sensação de entretenimento.
Ter nome já não significa muita coisa quando a qualidade perde para a pressa.E vira o samba do criolo doido.
Entramos no carro de volta para casa, eu e minha companhia,e ouvimos Diana Krall.