quinta-feira, 4 de junho de 2009

Samba do criolo doido


Dia 02 de junho, terça à noite. O show da cantora Verônica Sabino, que já gravou Chico Buarque e já fez dueto com o cantor Emílio Santiago, era muito esperado no bistrô da livraria Modern Sound. De graça, o show, lançamento do CD e DVD, "Que nêga é essa?" atraiu um público sofisticado, famoso e discreto, que costuma presenciar outras estrelas da MPB no espaço tímido da livraria em Copacabana.
Em casa, às 17h, estava apreensiva. O horário limite para a chegada dos pessoas que fizeram reserva para assistir ao show era às 18h 30. Com o trânsito torcendo contra, conseguimos chegar, eu e minha companhia, ao bistrô.
Na porta do bistrô:
---Oi, fizemos reserva.
---Ah, querida pode acompanhar aquela moça lá de blusa preta.
---Aqui, por favor.
Banco de madeira, sem encosto e lá em cima, de frente para pilastra.
---Ué, trocaram a Sabino pela pilastra?
---Não, é que lá, as mesas já foram reservadas. Se não vierem até às 19h, coloco vocês.
Uma, duas, três mesas...Não colocaram a gente.
19h 30. Chega um, chega dois, chega três...Depois da gente e, pronto, puseram novas pessoas atrasadinhas em nossas mesas.
Minha companhia avista o bar e pergunta ao segurança: podemos?
Ele se comunica com alguém e acena: pode.
O show começa por volta das 19h 40. A primeira música, o título do CD. Que nega é essa é um samba. Segue o show, outro samba. Algumas composições dela, Leoni, Chico Buarque. O repertório é bem variado.
Na verdade, não queria dizer variado, queria dizer desvairado. Já que depois de cantar todo sentimento, do Chico, faltou sentimento para selecionar músicas tão boas quanto, tão sensíveis quanto, tão de qualidade quanto.
Na verdade, faltou gentileza, respeito, pontualidade e interesse para que o público sentisse o gosto de querer retornar pra assistir sempre alguma coisa nova e diferente. Alguma coisa boa de verdade, não somente a sensação de entretenimento.
Ter nome já não significa muita coisa quando a qualidade perde para a pressa.E vira o samba do criolo doido.
Entramos no carro de volta para casa, eu e minha companhia,e ouvimos Diana Krall.

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