domingo, 9 de maio de 2010

Caetano, de novo?

Estávamos nós, eu e Lu, no carro, vindo da Estrada 55. Diga-se de passagem que estávamos vindo de um show que mal assistimos porque o infeliz do segunrança, do bilheteiro, disse que tinha acabado de começar. Pagamos o show e este estava terminando. Saímos fulas da vida, eu mais, porque era um dia de comemorar, meu novo trabalho, minha relação com a minha profissão e com a minha cara metade também. Um happy Hour faria diferença, mas não rolou. Acabou dando deixa para discutir essa coisa de música, de indústria fonográfica, etc e tal.
É que de uns tempos pra cá, conversávamos no carro, não existia mais Herbert Viana, nem Caetano Veloso, nem João Gilberto, nem Milton Nascimento, nem Roberto Menescal, nem Leila Pinheiro, nem Elis Regina, nem nada de bom que sempre existiu, mas parou. Pela infelicidade da morte ter chegado para uns e pela estagnação, por um motivo que não chegamos a conclusão naquela noite que possa existir para parasitar os músicos e tolhê-los do novo mercado fonográfico.
O que está acontecendo? Porque tanta repetição? Tanta regravação, tanta remixagem? Tanta coisa velha nas obras dos músicos que sempre inspiraram novidade?
Algumas novidades ocuparam o cenário da MPB nos últimos, digamos, 6 anos. Surge Maria Rita. Muito bom. A estreia da cantora era com Milton Nascimento, com Encontros e Despedidas. A semelhança de voz com a da mãe, Elis, trouxe muitas portas abertas, escancaradas, para ela e para nós, público. Depois de gravar três discos, a MPB conseguiu ouvir coisas novas, de compositores novos, com alma e cheiro de novidade. E a abertura desse cenário novo deu chance pra consumirmos música boa, de novo.
Céu, Cibeli, Roberta Sá, Martin'alia, Rodrigo Maranhão...Quando lembrar de outros, ponho aqui.
Bom, o grande desespero, é que apareceram poucas coisas,e o balanço não é satisfatório. Tem mais coisa ruim do que boa.
A conclusão é essa. Comprar disco hoje significa pagar mais caro e gastar mais tempo pesquisando as novidades da indústria fonográfica no Brasil. Tão seleta. O risco é do público virar, também, tão seleto, apagar a chama e esquecer que aqui é o país da música.
Eu e Lu, de volta pra casa, na pista da Orla, via Maracanã. 
- Quem tá tocando na rádio? É Caetano, de novo?

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